Uma pergunta frequente para quem procura o tratamento de micro doses é se os cogumelos ajudam a parar de fumar.
Só quem já tentou parar com o cigarro sabe o quanto pode ser difícil, já que a nicotina é uma das substâncias químicas mais viciantes do mundo.
Sabemos que em média, só 30% dos fumantes conseguem passar um ano inteiro longe do vício. Isso se eles entrarem de cabeça em tratamentos médicos e psicológicos.
Caso não o façam, as chances de parar de vez diminuem ainda mais.
Apesar de alguns recursos estarem disponíveis, como chicletes de nicotina, adesivos, terapias e remédios, independente do método, essa tarefa requer toda força de vontade do indivíduo, e toda ajuda pode ser bem vinda.
Uma nova pesquisa, conduzida pela publicação científica American Journal of Drug and Alcohol Abuse, descobriu que os cogumelos, podem ajudar fumantes a largarem o vício.
E como os cogumelos ajudam a parar de fumar?
O elemento em questão na pesquisa se chama Psilocibina, ela é a responsável pela alteração nos sentidos e transformações nos padrões de pensamento.
A pesquisa foi um processo de quinze semanas, envolvendo 15 fumantes de meia-idade todos fumavam, em média, um maço de cigarros por dia. E o hábito já durava mais de três décadas.
É claro que o método da pesquisa foi muito além de simplesmente tomar os cogumelos para parar de fumar.
Além das doses de psilocibina, também foram incluídos na pesquisa terapeutas, médicos e técnicas psicológicas.
Concluíram que um ano depois, dos 15 envolvidos, 10 haviam parado de fumar, alcançando um êxito de em torno de 60%.
Para a maioria dos participantes, usar a psilocibina foi uma das grandes experiências de suas vidas.
O mais interessante está no fato de que o possível efeito da psilocibina sob o hábito de fumar não é químico, mas sim psicológico fazendo com que o indivíduo questione profundamente sobre a própria vida e escolhas.
E aí estaria a chave para desvendar o efeito da substância sob o vício do cigarro.
Segundo os próprios ex-fumantes, experimentar a psilocibina teve um profundo significado. Eles listaram a experiência como um dos cinco momentos mais importantes e significantes de suas vidas.
“Nosso estudo mostra que essas experiências mudam as prioridades de vida das pessoas, que deixam de apenas buscar prazer fácil, priorizando outros aspectos, como a família”, contou Matthew Johnson, psiquiatra e autor da pesquisa, ao NyMag.
Independente da razão, certamente o tratamento com psilocibina será uma opção muito mais saudável do que qualquer remédio oferecido para se combater o tabagismo.
Benéficos também para transtornos psiquiátricos
Pesquisas anteriores já revelaram benefícios da psilocibina no tratamento do alcoolismo, do tabagismo, da ansiedade e da depressão, e até mesmo do transtorno obsessivo-compulsivo.
Como divulgado pelo Medscape, 19 pacientes com depressão resistente receberam psilocibina e tiveram os resultados de suas ressonâncias magnéticas funcionais (RMf), anteriores e posteriores ao tratamento, avaliados por pesquisadores do Imperial College, durante um estudo publicado em outubro de 2017 no periódico Scientific Reports.
Segundos os pacientes, eles tiveram melhoras significativas dos sintomas da depressão um dia após o tratamento.
Quase metade deles preencheu os critérios para uma resposta completa em cinco semanas.
Além disso, análises completas do cérebro mostraram diminuição no fluxo sanguíneo cerebral no córtex temporal, e aumento da conectividade funcional no estado de repouso após o tratamento.
“Durante a exposição à psilocibina, o cérebro fica em um estado diferente, mais fluido, no qual os padrões tradicionais de pensamento negativos tornam-se impossíveis e, na maioria das vezes, o cérebro reinicia em um modo não depressivo”, disse na ocasião o autor principal do estudo, Dr. David Nutt, médico e professor de neuropsicofarmacologia do Imperial College.
Em comentários sobre estudo para o Medscape na época, o Dr. Frederick Barrett, Ph.D., Behavioral Pharmacology Research Unit, Johns Hopkins School of Medicine, em Baltimore, Maryland, considerou as descobertas inovadoras. Dr. Frederik afirmou que o estudo “começa a dimensionar a potencial base neurobiológica dos efeitos terapêuticos da psilocibina”.
Fontes: Hypeness, Super Abril, Biopsico.
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